Resumo: Desde de Sócrates o humor já é fonte de estudo e repercussão de grande pensadores e meros mortais. Após centenas de anos o humor ainda é objeto de estudos, mas agora para ser usado como isca, em uma pescaria chamada propaganda. Com o desenvolvimento e evolução da propaganda, o humor se tornou um aliado aos publicitários e marketeiros, tudo devido sua características de atrair e contagiar com sensações e prazeres quem presencia ou ouve algo engraçado. Por isso, o humor na propaganda tem suas características usadas para fisgar consumidores, como uma isca reluzente em um oceano de concorrentes.
Palavras Chave: Humor, Propaganda, Coração, Bolso.
O Humor
O tema do humor tem sido alvo de estudos e análises desde a Antigüidade. O filósofo Aristóteles, em seu tratado sobre poética, fez uma breve reflexão sobre a comédia e desde já enfatizava que o riso era uma características própria e singular do ser humano. Aliás, configura-se até como um motivo de diferenciação dos outros animais, pois o homem é o único animal racional, e também o único animal que ri.
Em um estudo clássico sobre o tema, BERGSON1, afirmou também que o riso e o cômico eram parte integrante dos processos mentais do homem, ou mais especificamente, da própria inteligência, pois haveria a necessidade de entendimento e capacidade de raciocínio associativo de um acontecimento ou situação para que se possa manifestar o estado de espírito configurado no riso. Contudo, é a partir do conhecido ‘Pai da Psicanálise’ Sigmund FREUD que a reflexão do tema tornar-se-á mais acentuada. Freud estuda o humor em sua forma psíquica, onde comprova os prazeres e as sensações que o riso pode causar nas pessoas.
O humor na propaganda sempre foi utilizado como forma de atrair a atenção do consumidor para determinado produto ou marca. Com a evolução da propaganda, que cada vez mais, deve inovar para atingir consumidores mais críticos e exigentes, o humor publicitário também se desenvolveu, evolui, criou novas qualidades além de só atrair a atenção. O Humor começou a ser utilizando e planejado também para informar e criar um elo de simpatia, de confiança com consumidor, passando a ele também uma qualidade que pensávamos que o humor não poderia ter, credibilidade.
Humor com credibilidade, que podemos entender por humor sério e nada mais que um humor de alta criatividade, inteligência e atrativo, que ao mesmo tempo, que faz rir passa uma informação séria e eficiente. Então entende-se que o humor não é apenas engraçado para atrair atenção, mas peculiar o bastante para passar uma informação séria que muitas vezes se tornaria massante se não houvesse pitadas de humor para quebrar a monotonia da teoria. Na publicidade , por exemplo, pesquisas mostram que as marcas anunciadas com humor são mais lembradas.
A maioria das pessoas preferem comerciais bem humorados, Ogilvy & Mather, na década de 80, descobriram de longe que os comerciais de Tv mais lembrado eram os engraçados. Isto ajudou a Mudar a opinião de Ogilvy sobre o funcionamento do humor na propaganda.
A propaganda que inicialmente era só informação sobre produto, deixou de apenas informar, para persuadir. Com essa característica veio a evolução do humor, divertir e informar. Porém muitas pessoas ou Responsáveis de Marketing ainda acham que o humor não é eficiente para suas empresas, muitos clientes tem medo de gastar seu dinheiro em uma propaganda de humor por achar que essa não terá um resultado satisfatório devido o tema humor. Esses responsáveis acham que o humor pode ser engraçado, atraente, gostoso de ser visto, mais não é sério, consideram-no inadequado por não passar credibilidade.”
Desde a antiguidade os povos já se distinguiam pelo humor, e pode estar neste aspecto o gosto dos clientes de agência por contratar ou não uma propaganda de humor. Em uma passagem de seu livro Frederizzi diz que para os anglo Saxônios era normal rolar no chão de tanto rir, Sócrates no entanto, recomendava cautela no uso do humor. Já Pitágoras e seus seguidores odiavam o humor. Consta até que lê nunca tivesse rido.
É curioso o julgamento do humor por parte de pessoas que não tem humor, ou as vezes são bem humoradas mais não utilizam do humor para se comunicar, como os grupos responsáveis pelas aprovações publicitárias, é um julgamento às vezes é estranho ver a validade do humor, o fascínio pelo humor, é mostrado explicitamente – desde que não seja para quem esta julgando. É aquela coisa do anunciante, do profissional de Marketing que diz: Isso é muito bom, mas não dá para nós, o nosso público não é assim. Como se o humor não servisse para a marca ou produto.
Para esse tipo de duvida ou opinião errônea existe também o comentário de Domenico de Mais quase que cem anos atrás, o qual diz que tudo que é triste é levado a sério. Tudo que é alegre é considerado secundário.
Porém, estas opiniões estão ultrapassadas e não se encaixam mais no mundo moderno da propaganda, pois, nas propagandas atuais o humor é sem duvida a melhor e mais eficiente arma de comunicação. John Hegartyu nos traz a história de um vendedor de rua que vendia tudo, usando humor, e sempre dizia que se as pessoas não estão sorrindo não estão comprando.
O humor tem uma qualidade muito eficiente, ele atrai. O humor pode fisgar a atenção de uma pessoa pelo som ou imagem, criando um elo de simpatia e curiosidade para saber o que acontecerá depois da cena, ou que produto é aquele que lhe esta dando diversão grátis. O humor é utilizado para passar a mensagem, e a partir daí criar sensações que se misturam entre risos e comunicação, uma ajudando a outra a convencer e encantar. Com a união, comunicação e humor, os anunciantes podem convencer os consumidores que certa marca ou produto são ideal para ele, criando desejo e necessidades. Foi com esse intuito que o humor na propaganda começou a ser utilizado como ferramenta de conquista.
Como cita Washington Olivetto, o humor começou a ser realmente usado na Propaganda em meados da década de 50, pelos ingleses, que passaram a fazer uma propaganda extremamente bem humorada a partir dos anos 60. No Brasil o humor começou a partir dos anos 60 sendo consagrado nos anos 70, o Humor Brasileiro e o Inglês são os melhores do mundo. Hoje com a quantidade de informações que recebemos cada vez menos conseguimos memorizar as piadas. Por isso mesmo, as piadas devem ganhar características mais audiovisuais, mais cinematográficas do que pura e simplesmente característica ou só verbais, ou só visuais. E tem, lógica esse raciocínio, porque você esta exposto a mais informações.
”Quando se usa o humor na propaganda, o seu objetivo é evidentemente: vender um produto que foi produzido pelo anunciante que contratou a agencia.” Esse humor na propaganda vende porque serve como um desarma-dor, a pessoa impactada acaba sorrindo, e com esse sorriso é desarmada. Seu coração se abre e com isso seu bolso fica a mercê da propaganda do sentimento que gerou o humor da propaganda assistida.
Nos comerciais de Tv, a propaganda serve para diferenciar as qualidades dos concorrentes. Com uma pitada de humor os produtos se diferenciam uns dos outros, e criam sensações, cada concorrente busca despertar sentimentos diferentes para vender seu produto e manter sua marca gravada na mente de quem foi impactados pelo anuncio.
O humor será a melhor forma de atingir os consumidores neste futuro que se aproxima, isso devido à sua característica única criar sensações de alegria, de fazer as pessoas rirem. Como cita Carlos Moreno, “a propaganda de humor é interessante porque mesmo você não comprando nada vc já ganhou, ganhou um sorriso, já esta no lucro. O humor na propaganda já se tornou um serviço de utilidade publica, vc assiste a tv e sorri”.
De acordo com pesquisas do ibope e do autor, 90% das pessoas esperam assistir tv para se divertir, esquecer o dia e se alienar do mundo mesmo que seja por alguns minutos. Uma forma de esquecer os problemas e se alienar é rir. Rindo as pessoas esquecem o que está acontecendo ao seu redor, esquecem problemas, frustrações, dívidas, compromissos e deixam sua atenção voltada especialmente para aquele assunto que lhe agrada, aquela cena ou som que lhe proporciona prazer. A partir desta informação e outros comentários de John Hegartyu que diz; 11uma pessoa só esta comprando se ela está rindo1.
Percebemos que o humor se torna cada vez mais, uma grande arma para anunciar, para informar, criar *recall e aumentar vendas.
O Humor Meu Melhor Vendedor
O humor na propaganda tem um intuito único, fisgar e vender.
Depois de citar todos os pontos que fazem do humor uma grande arma na propaganda, podemos perceber seu poder de venda. Com todas as qualidades do humor, este se torna um excelente vendedor devido ao clima e sensações que ele desperta nas pessoas. Sentimentos gostosos tornam mais propícias as pessoas abrir o bolso e gastar. Pessoas só compram quando estão felizes, foi isso que Oliveto disse e é isso que acontece, assim como o humor faz bem, comprar também faz e muito, então são dois pontos que estão ligados, pessoas comprando e consumido e a pitada de humor para selar e marcar na mente daquele ação. É comum vermos propagandas que mostram o produto focado e no cenários pessoas comprando, é assim em comercias de cerveja como Bhrama, Nova Shin, Antártica, de carros como Ford, gasolina como Ipiranga, Petrobrás-BR, refrigerantes como Coca-cola, Pepsi, Kuat, e uma infinidade de outros produtos que mostram pessoas consumindo e fazem uso do humor para criar recall.
Então é sensato citar que o humor vende e muito, pois as maiores e mais conhecidas marcas do mercado utilizam de humor em suas campanhas. Se todas as grandes marcas usam o humor como seu meu melhor vendedor, então está provado que o humor na propaganda tem uma força incrível de vender, motivar e criar recall. A receita das grandes marcas são mostrar pessoas consumindo e salpicar pitadas de humor, para o resultado ser eficiente. Um humor conveniente, inteligente e bem planejado pode resolver todos estes problemas, de recall e vendas, é claro que mais alguns elementos devem estar presentes, como gestos, slogans, músicas, personagens, cenários e o primeiro de todos, o planejamento. Existindo um planejamento bem feito e utilizando de humor para comunicar, a campanha obterá exelentes resultados. O humor é o melhor vendedor e também o melhor comunicador.
O Humor na comunicação Impressa.
Já sabemos que o humor atrai, que é sério e que ele vende e muito. Portanto podemos utilizar desta ferramenta para comunicar em nossas campanhas e tudo mais que tivermos que fazer em relação a Publicidade e Propaganda. O único problema é em questão a atenção redobrada que devemos ter em relação as propagandas impressas, é muito mais difícil de ver um anuncio em uma revista, um jornal, um pôster, que utilizou de humor, que em propagandas em Tv e Rádio.
Isso devido o tempo de exposição desta ao publico, de acordo com o Prof. Luciana Limongi, de Mídia da PUC, o Outdoor, Posters e anúncios de revistas não são observados por mais que 5 segundos, o que é um tempo curtom se comparado a Tv e Rádio que tem em média 30 segundos. Portanto a atenção utilizada neste tipo de meio de comunicação deve ser redobrada, pois o tempo de assimilação e entendimento da mensagem deve ser cuidadosamente estudado e testado para o humor não virar piada.
Pois assim como diz Veríssimo não a nada pior que ter de explicar a piada. Ele cita um de seus textos que escreveu sobre um publicitário que a mensagem ficou difícil de ser percebida. Seu texto era, ”Certa vez, escrevi sobre um publicitário que havia escrito um belo Slogan sobre o Uisque Chivas Regal e havia se aposentado por tão bom que ele achou seu anuncio, ele vivia em uma estado de vangloriação eterna e nada que os outros fizessem ou dissessem não chegaria a grande criação de seu anuncio.
O Slogan era: “O Chivas Regal dos Uísques.” Um humor criativo, e inteligente, porém muita gente não entendia, e não há nada pior que ter de explicar uma piada, perde completamente a graça.” E é justamente isso que o humor impresso deve se cuidar, pois é menos tempo para transmitir a mensagem, e o impacto é menor, pois como cita Washinton Olivetto, o humor moderno deve ser audiovisual, no qual terá maior eficácia, o que cria uma certa limitação ao humor impresso.
Os vários tipos de Humor da Propaganda
Existem vários tipos de propagandas de humor, o humor sutil, o humor picante e o humor negro da qual tem uma aceitação muita das vezes reprimida pelos órgãos de ética a propaganda, como CONAR.
O Humor Sutil é uma categoria de humor que busca do espectador um sorriso, uma sensação de “que legal”, criando um estreitamento de relacionamento, uma simpatia com o produto ou serviços. Esse humor sutil se encaixa nas categorias de simples sátiras, caricaturas, charges, leves piadas, comparações e uso de um objeto por outro. Para o humor ter um grande efeito ele deve ser inesperado, ser único, como cita Jeff Goodby: “O encanto do humor esta na impossibilidade de ser quantificado, previsto, ou contido, GoodBy fala de quebra de regras, que para o humor ser bom deve-se ser inesperado.”
O humor sutil de uma propaganda é muitas vezes direcionado a uma classe ou público específico, geralmete classe A, B, C, sendo assim, não captado pela massa, da qual terá memso efeito de seu real assunto ou o apelo final. Esta propaganda terá o efeito almejado somente sobre o target buscado, deixando de atingir outros tipos de consumidores.
O humor deve ser utilizado especificamente para cada categoria de publico, seja ele o humor sutil, o humor picante ou humor negro, para cada tipo de público existe uma forma de humor mais eficaz e de melhor aceitação.
Com base nos comentários e ensinamento sobre Marketing de Jhon Steel, e Philip Kotler, cada publico alvo deve ser trabalhado independe, se é classe A haverá uma propaganda destinada para classe A e um humor específico para tal, se for religiosos será uma propaganda para classe religiosa, cada classe deve ter seu foco, sua cultura focada para atingir os melhores resultados, seja a estratégia, uma propaganda de humor ou não.
O autor do livro; Verdades, Mentiras e Propaganda - Steel, Jhon deixa claro sua opinião sobre o foco de segmento: em um trecho de seu livro ele faz uma comparação Há muitas formas de se pescar trutas. Uma que não requer prática nem tampouco habilidade, é comprar uma granada de mão tirar o pino, atirar no lago e, quando ela explodir, resgatar os corpos com uma rede, é dessa maneira que muitas empresas tem anunciado ultimamente.
Assim às vezes uma forma mais eficiente de atrair a atenção do consumidor não é com humor mais com uma linha de pensamento ou estratégia única, sendo, sério, dramático, ou ainda, muita vezes o humor leve se encaixa perfeitamente e ainda cria um algo mais na propaganda. Para cada objetivo ou target deve-se usar um tipo humor, o mais apropriado, ou as vezes não utilizar de humor para comunicar, porém o humor leve é bom devido sua flexibilidade e o clima de alegria que ele cria sobre uma determinado produto ou marca.
O humor sutil é o mais usado e de melhor aceitação do público, pois ele pode ser resumido no sentimento de sorrir, piadas ou formas bem humoradas de propaganda buscam despertar o sorriso das pessoas. Este sorriso é um sinal de simpatia do consumidor aprovando o produto ou marca.
O sorriso que é a resposta buscada pelos publicitários pode estar ligado a alguma atividade cerebral específica, como cita a Dra Silvia Cardoso, PHD em assuntos cerebrais, formada pela Unicamp, o riso pode vir de diferentes fatores: biológico, cultural, genético, fisiológico ou fisiopatológico. Descobriu-se recentemente que a parte lombar frontal direita do cérebro é responsável pelo riso, através de experimentos, descobriram que pessoas que tiveram lesões nesta parte do cérebro, não tem reação a sorrisos.
Em outras experiências também notaram que nós nascemos pré-programados com um mecanismo para rirmos com os outros. A Dr Silvia Cardoso, ainda cita em sua entrevista que as coisas engraçadas feito por outras pessoas nos fazem rir, e as realizados por nós mesmo não tem o mesmo efeito. Pode-se lembrar que quando fazem cócegas em nós mesmos não existe uma reação de riso ou outra qualquer reação fisiológicas, porém quando apenas uma outra pessoa ameaça nos tocar para fazer cócegas, a reação é imediata, um sorriso, surge no rosto e outras reações físicas também, como euforia, alegria e excitação. ]
Para tirar alguns sorrisos dos consumidores algumas propagandas buscam o sorriso cultural, aquele que é entendido e se encaixa no perfil do consumidor, assim nasce um sorriso. Esse é o sinal de relação de simpatia e possível desejo pelo produto veiculado. O sorriso cultural este ligado diretamente à cultura de cada região, sua classe sócio-econômica, credo, política e outros pontos mais o que torna tão diferentes os tipos de públicos. Para cada tipo de público existe um humor que tem um melhor efeito, portando um humor sutil feito para um público de baixa renda não terá o mesmo efeito para uma pessoa de classe A, ou ainda pode ofender uma pessoa política ou criar desavenças com pessoas religiosas. Cada humor sutil deve ser feito para tirar o sorriso de um público e respeitar a cultura de todos os outros.
O Humor Picante é aquele humor que causam gargalhadas e cria um sentimento de explosão de sentimentos instantâneos, geralmente esse sentimento desperta nos indivíduos uma cólica de excitação e mais que um sorriso. Esse tipo de humor picante tem um grande impacto inicial e pode levar a uma euforia pessoal muito alta, é geralmente um sentimento que além da cultura da pessoa tem melhor efeito sobre pessoas em bom estado de humor, portando uma piada tem maiores resultados se contadas em um roda, onde todos estão propícios a escutarem piadas, dependendo do humor do ouvinte a reação será diferente, uma piada ou humor picante perderá o efeito se não for preparado um ambiente cuidadosamente.
O que geralmente se vê é um suspense ou um mistério antes do humor picante final, como foi citado por Jeff Goodby, para o humor ser bom deve-se ser inesperado. Um humor picante geralmente agrada um gama muito grande de públicos, é um humor quase que unânime, mesmo que não houver a excitação, ou explosão total de sentimentos, ao menos uma risada irá ser deixada ao ar pelo ouvinte. As piadas mais lembradas são aquelas que nos fazem rir as gargalhadas, que são tão inesperadas que chegam a marcar nossa mente com a surpresa, e é isso que busca o humor picante na Propaganda.
Porém existe um problema no humor picante, é como cita a diretora de Mídia, Natália Zambone ,uma piada não tem a mesma graça duas vezes e isso pode prejudicar a imagem do produto quando uma propaganda com esse tipo de humor e veiculado com uma grande freqüência de exposição na mídia, a partir de um certo ponto o humor mesmo que hilário se torna cansativo e taxante. Para evitar esse desgaste a freqüência de exposição deve ser baixa, e a propaganda deve ser trocada de tempos em tempos, deixando de lado o objetivo de impactar um número muito grande de pessoas com a mesma propaganda.
O Humor Negro, esta inserido em muitas propagandas e é muito explorado pelos publicitários devido sua repercussão e sentimentos despertados nos consumidores. Como cita, Quentim Tarantino sobre seu ultimo filme KillBill, As pessoas gostam de ver cenas de violência que tem uma pitada de humor. O humor negro agrada muito o brasileiro, como cita em uma de sua palestras o diretor de Criação Marcelo Costa Junior, da Agência KnowHow de Santa Catarina, O brasileiro é musical, é noveleiro, é bem-humorado, então aqui no Brasil faz muito sentido se ter humor na propaganda.
Até porque a nossa televisão é muito boa, as novelas, os programas de humor, as transmissões de futebol. A nossa televisão é muito competente, é leve, é bem feita, não é chata, então o humor é muito bem-vindo no Brasil. A gente é um povo que o Airton Senna se esborracha num dia, no outro dia tem 18 piadas sobre isso; o Mamonas Assassinas cai de avião e no outro dia tem várias piadas. O Humor negro está linkado a particulariedade de cada povo, e no Brasil está forma de humor negro sutil não possui restrições graves ou rejeições. São vista e muitas vezes agradam o gosto nacional.
Humor negro na propaganda é explorado de formas contrarias a citação de Quentim Tarantino, são cenas de humor que tem uma pitada de violência. esta mistura cria nas pessoas impactadas um sentimento de espanto e euforia, e esse tipo de humor marca bastante porque ele quebra conceitos paradigmas questionados pela educação e religião, tornando mais forte o impacto da propaganda.
O Humor Negro na propaganda vem sempre representado de uma forma mais sutil e é até mesmo confundido com uma propaganda de humor sutil. Porem podemos distinguir o humor negro do humor sutil quando vemos uma violência ou tragédia banalizada, e esta cena acaba mostrando um outro lado desta realidade, um lado engraçado. É comum vermos filmes que de tão violentos se tornam engraçados, como os filmes dirigidos por Quentim Tarantino, onde o diretor usa quase 12 toneladas de sangue artificial e ao invés de ficarmos aterrorizados com as cenas de violências explicitas como decapitações e amputações de membros, a reação que temos é as vezes de risadas, que passam do humor sutil para o humor picante.
Na propaganda o que acontece é a exploração da desgraça alheia para despertar um sentimento de alegria. Podemos até pensar que o diretor e os criadores desejam fazer uma alusão à violência para dizer que se os consumidores não utilizarem determinados produtos o que acontecerá com eles, é a troca dos papeis, eles seriam agredidos ou aquela violência que ele acabou de assistir acontecerá com o consumidor.
Um exemplo deste tipo de humor é o novo comercial da Rexona, onde a mulher vem para se comunicar com um macaco, o som, o ambiente mostra uma relação de amizade, de confiança entre a mulher e o macaco, e de repente ao menor descuido dela para verificar um incomodo de odor na axilas, o macaco que antes estava sendo amigo dela o dá um baita soco na cara a derrubando no chão. Este tipo de humor é um humor negro, pois mostra um violência explicita, uma agressão banalizada com o intuito de fazer as pessoas sorrirem.
Outro comercial de humor negro muito sutil foi um feito pela Skol, onde dois homens disputam a ultima caixa de Skol do mercado, eles travam uma verdadeira guerra dentro do supermercado para ver quem consegue levar esta caixa. A luta começa em socos, passas para armadilhas, e acaba em tiros, e no final a ultima cena são os dois homens completamente destruídos com dentes quebrados e os cabelos de pé devido a explosão da pólvora do Rifle. Esta propaganda da Skol mostra cenas de violências que podem até motivar a violência da comunidade, mas são tão banalizadas e mostram um lado engraçado da violência que acabam despertando sorrisos em vez de desespero.
Humor Personagens.Também é uma grande arma para os anunciantes, pois a imagem deste é lembrada a todo lugar que este esta. Pode ser um humor sutil com um personagem já existente e de grande influência na Mídia como o da Atriz Susana Vieira, no produto Corega Tab de colagem de dentaduras, ou ainda mais engraçados como do São Nunca, do Língua Presa da Shincariol.
O humor pode ser despertado apenas da utilização de personagens, pessoas escolhidas que acabam se tornando a imagem do produto, como o caso, de Carlos Moreno acabar sendo considerado o dono da Bombrill, de tanto que o personagem foi utilizado, ou de tanto que ele fez uso de sua imagem para comunicar as características do produto, inovações, combate a concorrentes que o personagem acabou se tornando peça chave da comunicação. O próprio Carlos Moreno comenta sobre seu papel de garoto propaganda.
Quando se usa humor na propaganda se quebra a perfeição e in-surpresas do produto. Com um personagem de humor assim como a garoto Bombrill, a publicidade fica falível. A grande sacada do personagem da Bombrill foi justamente isto, deste o começo Oliveto se preocupou no personagem ser um personagem que o consumidor o considerasse um amigo, um parente.
Com um planejamento destes os personagens ganham vida e o publico ganha um reforço de comunicação, e de recall, de comunicação devido a humanização que ganha a propaganda com o uso de um personagem real, e o recall devido ao humor que é utilizado.
Humor Cenário, o humor cenários são as ultimas formas de humor utilizadas, elas geralmente vê em para preencher cenas e despertar curiosidade. Geralmente os cenários de humor são utilizados sem um padrão específico e podem utilizar de objetos para serem engraçados, de pessoas, animais ou informações. Geralmente os cenários de humor vem depois de uma cena engraçada, ou complementam uma ação, é o caso do comercial da Shincariol em retorno ao da Bhrama que utilizou um personagem que ela havia escolhido, que foi o Zeca Pagodinho, no cenário, estava escrito: Prato do Dia, Traíra.
É uma mensagem de cenário mais que tem uma grande repercussão, pois depois que um consumidor percebeu, todos os outros querem ver, isso além de marcar na mente do consumidor. Outro comercial de cenário de humor são os que estão sendo utilizados pela Claro, o cenário sempre é parte de humor sutil da propaganda, no mais recente do dia dos namorados, uma menina inicia o comercial, onde ela está conversando com o namorado e os dois personagens engraçados escolhidos pela claro invadem a cena com suas namoradas, a menina ainda tenta de todas as formas entrar de novo na filmagem mais não consegue. O cenário bem humorado vem para completar a propaganda de humor, dando um Plus a mais ao que já faria a diferença dos concorrentes.
Humor
O humor é uma grande ferramenta de informação e comunicação, ele pode transformar fatos comuns ou assuntos delicados em uma realidade mais leve, mas gostosa de ser vista e captada para quem está cansado de viver num inferno de informações que vem e vão, trazendo muitas das vezes apenas mau humor e discórdia. Como cita Jon Steel, em seu livro Verdades, Mentiras e Propaganda, Somos expostos a mais de 3.000 mensagens comercias por dia, em todos os tipos de mídia e como cita Newton césar em seu livro, Direção de Arte. Propaganda é intromissão, invadir o espaço do próximo, quebrar a privacidade alheia.
Já que você que é publicitário fará propaganda e será um cara intrometido e impertinente que pelo menos seja agradável. Devemos perceber que como publucitários devemos muito aos consumidores, e portanto temos o dever de tornar nosso trabalho um ato de alegria e descontração a que nos atura todos os dias. O Humor na propaganda é o futuro dos vendedores, simpático, educado e discreto, e este vendedor será essencial no futuro, quando os consumidores se tornarem tão apressados e exigentes que mais nada os fará prestar atenção em nvos produtos ou promoçoes.
O humor na propaganda começa a ganhar brilho, visibilidade e a ser percebido como essencial.
[Washington Olivetto]
BIBLIOGRAFIA
STEEL, Jhon, Verdades, Mentiras e Propagand; Trad. de Juliana Geve Lacerda. São Paulo: Negócio, 2001.
FREDERIZZI, Alfredo. O Humor abre corações e o bolso; São Paulo: Negócio, 2003.
CÉSAR, Nilton. Direção de Arte; São Paulo, Objetiva,1998.
Sites: www.portalcatarinensedecomunicação.com.br
www.editoracampus.com.br
www.eca.usp.br/humor
www.portal3.com.br
www.memoriadapropaganda.org.br/acervo/
www.alavip.com.br/publicidade_campanha
www.fortunecity.com/campus/study/42/campanha
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Artigo: O Impacto do Humor na Propaganda
Fichamento:
Livros: O Humor Abre corações e Bolsos - Alfredo Frederizzi, Editora Negócio Verdades, Mentiras e Propagandas – Jhon Steel, Editora Objetiva
Fedrizzi, Alfredo. O Humor Abre Corações e Bolsos. São Paulo, Negócio, 2002(pág. 15) “Para os alglo Saxonicos era normal rolar no chão de tanto rir, Sócrates no entanto, recomendava cautela no uso do humor. Já Pitágoras e seus seguidores odiavam o humor. Consta até que lê nunca tivesse rido.”
(pág. 16) Em artigo sobre o humor, publicado em 1928, Sigmund Freud, diz que: o humor não só tem algo de libertador , sendo análogo, nisso ao chiste e ao cômico, mas tem ainda algo de sublime e elevado. Mais adiante, ao referir-se às defesa humanas contra a dor, afirma que o humor insere-se na grane série dos métodos que a vida psíquica do homem construiu no intuito de escapar da opressão da dor. É um dom precioso e raro que nem todo mundo é capaz de entender.
(pág. 16)Domenico de Mais diz que tudo que é triste é levado a sério. Tudo que é alegre é considerado secundário.
(pág. 17) Na publicidade , por exemplo, pesquisas mostram que as propagandas anunciadas com humor são mais lembradas. A maioria das pessoas preferem comerciais bem humorados. A propaganda que, inicialmente era só informação sobre produto, deixou de apenas informar, para persuadir. E para isso o humor é um excelente instrumento.
(pág. 17) David Olgy, o mais importante publicitários de todos os tempos dizia que devemos tornar o trabalho uma diversão. Quando as pessoas não estão se divertindo raramente produzem boa publicidade.
(pág. 18) John Hegartyu nos traz a história de um vendedor de rua que vendia tudo, usando humor. É dele a frase que explica um pouco este livro: Se as pessoas não estão sorrindo não estão comprando.
(pág. 33) Nos anos 70, os ingleses passam a fazer uma propaganda extremamente bem humorada. Existe muita coisa que Hamelet, no Brazil o humor começou a partir dos anos 60 sendo consagrado nos anos 70, o Humor Brasileiro e o Inglês são os melhores do mundo. Hoje com a quantidade de informações que recebemos cada vez menos conseguimos memorizar as piadas. Por isso mesmo, as piadas devem ganhar características mais audiovisuais, mais cinematográficas do que pura e simplesmente características ou só verbais, ou só visuais. E tem, lógica esse raciocínio, porque você esta exposto a mais informações.
(pág. 35) É curioso também o julgamento do humor por parte dos grupos responsáveis pelas aprovações publicitárias é um julgamento às vezes estranho em que a validade do humor, o fascínio pelo humor, é mostrado explicitamente – desde que não seja para quem esta julgando. É aquela coisa do anunciante, do profissional de Marketing que diz:Isso é muito bom, mas não dá para nós, o nosso público não é assim.
(pág. 37) Mas o que o garoto Bombril fez em 1978 foi implantar um humor extremamente coloquial, com uma conotação de cumplicidade. Alias é muito curioso. Na maioria dos casos, na maioria dos produtos oi humor mais efetivo é aquele para sorrir, não para gargalhar. O humor para sorrir é mais cúmplice na publicidade do que o para gargalhar.
(pág. 37) O livro Smile in the Mind fala sobre o humor WIT – palavra que os ingleses usam – para mostra que o sorriso aparece não necessariamente na tua boca, mais lá dentro, no seu cérebro.
(pág. 37) A origem do Humor vem de enxergar uma coisa de um lado onde ninguém imaginou. A Surpresa é incrível, mexe demais, e grava muito.
(pág. 38) A propaganda de humor é interessante porque mesmo você não comprando nada vc já ganhou, um sorriso, já esta no lucro.
O humor na propaganda, ou humor na publicidade já se tornou um serviço de utilidade publica, vc assiste a tv e sorri.
(pág. 38) Os personagens são bons para fazer humor, eles cativam e criam um ela de simpatia e amizade com o consumidor, como se fosse um amigo.
(pág. 38) Quando se usa o humor na propaganda, o seu objetivo é evidentemente:vender um produto que foi produzido pelo anunciante que contratou a agencia. Ao dar uma alegria a um filme, e um texto, em uma charge, propaganda, esta pessoa que esta assistindo é desarmada e seu coração se abre com o momento de alegrai que ela esta tendo. O homem busca a felicidade através de seus atos e pensamentos. E um momento de alegria é um momento de gozo, um gozo que alivia o sentido trágico da vida. Por isso o humor, a alegria, a felicidade tema ver com a utopia. Por um momento vivemos um sonho.
(pág. 101) Certa vez, escrevi sobre um publicitário que havia escrito um belo Slogan sobre o Uisque Chivas Regal e havia se aposentado por tão bom que acha seu anuncio, ele vivia em uma estado de vanglorização e nada que os outros fizessem ou dissessem não chegaria a grande criação de seu anuncio. O Slogan era: O Chivas Regal dos Uísques.
Um humor criativo, e inteligente, porém muita gente não entendia, e não há nada pior que ter de explicar uma piada, perde completamente a graça.”
Texto de Luis Fernando Veríssmo, citado no livro de Alfredo Frederizzi
Revista Propaganda e Marketing Ano 3 ed. 5 (pág 30)
O Humor também é útil para vender para as pessoas, é claro.
Ogilvy & Mather fizeram um estudo na década de 80 e descobriram de longe que os comerciais de Tv mais lembrado eram os engraçados. Isto ajudou a Mudar a opinião de Ogilvy sobre o funcionamento do humor na propaganda.
Revista Propaganda e Marketing Ano 3 ed. 5 (pág 33)
Jeff Goodby: O encanto do humor esta na impossibilidade de ser quantificado, previsto, ou contido.
César Newton, Direção de Arte. Ed. Moderna – (pág 61)
Propaganda é intromissão, invadir o espaço do próximo, quebrar a privacidade alheia.
Já que você que é publicitário fará propaganda e será um cara intrometido e impertinente que pelo menos seja agradável.
Folha de São Paulo. Ano 20 ed.4
Jeff Goodby fala de quebra de regras, que para o humor ser bom deve-se ser inesperado.
Folha de São Paulo – Edição de 2001
Quando se usa humor na propaganda se quebra a perfeição da e in-surpresas do produto. Com um personagem de humor assim como a garoto Bombrill, publicidade fica falível. A grande sacada do personagem da Bombrill foi justamente isto, deste o começo Oliveto se preocupou em seu um personagem que o consumidor o considerasse um amigo, um parente.
Carlos Moreno Garoto Bombrill - Reportagem dada à Folha de São Paulo.
Steel Jon, Verdades, Mentiras e Propaganda – Editora Negócio (pág. 14)
Há muitas formas de se pescar trutas. Uma que não requer prática nem tampouco habilidade, é comprar uma granada de mão tirar o pino, atirar no lago e, quando ela explodir, resgatar os corpos com uma rede, é dessa maneira que muitas empresas tem anunciado ultimamente.
Steel Jon, Verdades, Mentiras e Propaganda – Editora Negócio (pág 12) “Somos expostos a mais de 3.000 mensagens comercias por dia, em todos os tipos de mídia. Pergunte a quem foi a Cannes. Pergunte a quem não foi a Cannes mas foi a ABP. Pergunte a quem vê muita televisão. Pergunte a quem vê pouca televisão, mas não perde um comercial. Pergunte a seu porteiro. Pergunte a sua empregada. Pergunte a sua sogra, a sua mulher, a seu amigo, a seu colega de academia, a qualquer moderador de pesquisa. Pergunte qual o comercial de que ele se lembra agora. Pode apostar. Com quase 100% de probabilidade, lá está ele: o humor. “
Castro Paulo - VOX NEWS - Publicidade on Line - www.voxnews.com.br
Humor vende, mas cuidado. Fazer humor com sucesso, em qualquer circunstância, é lançar mão de valores simultaneamente pessoais e culturais. E utilizá-los na hora certa, com absoluta adequação. O humor, quando adequado, faz milagres. Porém, em má hora ou utilizado incorretamente, afunda qualquer produto. E cuidado com o humor infame!!! Nunca subestime a inteligência do seu consumidor. E, no fim das contas, lembre-se que você está falando sobre um assunto sério: o de gastar dinheiro. Por isso, só utilize humor se estiver absolutamente convicto de que é eficaz. Teste o anúncio com outras pessoas antes de considerá-lo uma solução para o seu problema.
CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 27 DE JANEIRO DE 2004
O humor é um dos caminhos criativos de eficácia mais comprovada, porque as pessoas apreciam o humor, venha de onde vier. Um anúncio pode comunicar perfeitamente coisas sérias de maneira humorística, conseguindo além disso uma corrente de simpatia para o produto e, assim, notoriedade. Tem, contudo, uma limitação: a propaganda humorística queima-se com rapidez. Uma piada não desperta a mesma hilaridade depois da primeira vez. Por isso, quando se lança mão de um humor muito sutil, que pretenda apenas despertar um leve sorriso no espectador, o anúncio pode ser repetido normalmente; no caso de um humor mais contundente, deve-se mudar com freqüência as peças publicitárias.
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